SERTESP - Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo

Sindicato das Empresas de Rádio e
Televisão no Estado de São Paulo

Notícias SERTESP

TV digital é a chance de inclusão em massa


Publicado em 08/10/2009
wiki repórter
Sara.Lemes
Bauru-SP

O objetivo principal é analisar a TV digital como instrumento de inclusão social, assim como prevê o Decreto Presidencial 4901, apresentando as possibilidades que poderão trazer à sociedade e o impacto dessa nova tecnologia, além de proporcionar uma inclusão digital e possibilidade de educação complementar por meio dessa inovação tecnológica.
A pesquisa foi feita principalmente por meio de artigos e pesquisas, além da leitura de alguns livros sobre cultura digital, tecnologia, comunicação e TV digital. Por ser um meio ainda em transição, não foi encontrada nenhuma pesquisa de campo ou de opinião pública.
Atualmente, muitas suposições são feitas a respeito da implantação de um sistema de TV digital no Brasil, entre elas a questão da inclusão social e digital, que deve ser promovida através da interatividade e da diversidade da programação, pois o indivíduo deixa de ver a TV e passa a interagir com o conteúdo do aparelho para serviços e funcionalidades, acarretando grandes mudanças nos hábitos de vida e de consumo do público brasileiro; além de poder oferecer textos, jogos, educação, informação e entretenimento a um público carente de conhecimento e com baixo índice de letramento digital.
Hoje, no Brasil, mais de 90% da população tem TV em casa, enquanto menos de 20% tem acesso a computadores e internet, devido a isso, uma das possibilidades estudadas no SBTV (Sistema Brasileiro de Televisão Digital) é levar à sociedade em geral as mesmas funções de um computador, dando acesso a e-mail, internet e a serviços on-line, inclusive a serviços públicos, como consulta ao saldo do FGTS, marcação de consultas médicas e atendimentos diversos. Além dessa inclusão digital em massa, o SBTV deverá promover a diversidade cultural do País e o aumento de informações e entretenimento, respondendo ao desafio de ser um instrumento que impulsione nosso desenvolvimento social, cultural, político, econômico e educacional.
O Decreto Presidencial 4901 prevê que a TV Digital deverá promover a inclusão social, a diversidade cultural do País e a língua pátria por meio do acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação, propiciar a criação de rede universal de educação à distância e estimular a pesquisa e o desenvolvimento, e ainda deverá propiciar a expansão de tecnologias brasileiras e da indústria nacional relacionadas à tecnologia de informação e comunicação (Brasil, 2003, p. 1).
No entanto, grande parte das pessoas das classes C, D e E utilizam hoje a televisão como forma de entretenimento e o espaço dado aos jornais informativos, por exemplo, é pequeno em relação a toda a programação veiculada. Para que o SBTV consiga incluir esse público nessa diversidade de conteúdos, deverá ocorrer um esclarecimento à sociedade dessa nova tecnologia e de suas possibilidades, apresentando a interatividade como uma opção, ao mostrar as vantagens que ela possibilita.
A TV digital deve ser construída para potencializar a diversidade e a capacidade de criação de bens culturais do País, formando uma nova cadeia de valor que possibilite uma ampla participação de setores produtores e difusores de conteúdo e dos usuários desse meio de comunicação.
Assim, o SBTV pode cumprir um importante papel na afirmação da cidadania ao proporcionar a seus telespectores a interatividade e novas opções de programação, além de promover a diversidade cultural. Essas possibilidades poderão colaborar no fortalecimento de pequenas comunidades locais e de certos grupos étnicos e sociais, possibilitando inclusive o surgimento de TVs comunitárias.
Porém, a utilização da TV Digital como elemento de inclusão social não será fácil, pois é algo ainda inédito no Brasil, como afirma Montez e Becker (2005)[1]. Se hoje há um questionamento sobre a qualidade do conteúdo da TV aberta, pode-se imaginar que esta nova tecnologia possibilitará a escolha do que assistir, apresentando diversas opções, tornando possível mudar a qualidade da programação a partir da participação social, no entanto, essa participação deverá ser voluntária e não essencial.
Para que haja essa inclusão social e digital, não basta a possibilidade da interatividade, é necessário criar-se cidadãos críticos e participantes, capazes de tomar suas próprias decisões, após terem acesso as informações, serviços e educação que hoje não tem. Se as políticas públicas forem bem estruturadas, a TV digital pode consolidar um novo paradigma educacional, inclusive, permitindo o acesso a toda a população a recursos da internet, vídeos e interatividade para a apresentação de novos conhecimentos, entretenimento, educação, lazer, serviços, permitindo assim o acesso a informações escritas e audiovisuais ilimitadas.
Em relação à educação, as escolas devem se preparar para essa inovação tecnológica, seja criando metodologias de ensino ou adaptando propostas e currículos vigentes, pois será preciso ir além da maneira como se é ensinado hoje, sendo capaz de formar cidadãos participantes e críticos, capazes de tomar suas decisões, além de causar aos alunos interesse pelo que lhe é passado.
As políticas de implantação da TV Digital devem priorizar a igualdade de oportunidades, a participação e a integração de todos, o que só será possível se o acesso aos novos serviços e aplicações oferecidos por esse meio, chegarem a toda a sociedade, de modo que ela possa usufruir de todas as vantagens econômicas e sociais do progresso tecnológico, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos, tornando possível sua inclusão digital e social.
Para possibilitar essa realidade, são necessárias políticas públicas que ajudem a sociedade a se beneficiar desse progresso tecnológico, assegurando a igualdade de acesso às informações e serviços. Portanto, é essencial um real investimento em educação e esclarecimentos à população sobre essa nova possibilidade tecnológica, que será acessível a todos.
A inclusão da TV digital no Brasil não resolverá o problema da inclusão social, mas poderá trazer grandes melhorias para a inclusão digital, pois assegurará às classes menos favorecidas da população o acesso a informações, serviços e educação. Além de que, a utilização da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem está justificada se levarmos em conta que um dos objetivos básicos da Educação é preparar os alunos para serem cidadãos de uma sociedade plural, democrática e tecnologicamente avançada.

 

Fonte: Brasil Wiki! Economia

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

COMUNICADO A TODAS AS EMISSORAS DE RÁDIO, TELEVISÃO E PRODUTORAS

Pular para o conteúdo