Regulação e baixa competitividade atrasam investimentos nesta tecnologia, diz Furukawa
Enquanto Brasil discute um Plano Nacional de Banda Larga, outras partes do mundo debatem a necessidade da ultra banda larga, necessária para dar conta da convergência que se assiste entre TV, web, dispositivos móveis e outras tecnologias, onde o consumo e geração de conteúdos são crescentes. Para dar conta desse movimento, a renovação das redes e o investimento em tecnologias como FTTH (Fiber to The Home), por exemplo, torna-se algo vital. Mas, enquanto países da região Ásia-Pacífico estão bastante avançados nesta área, o Brasil, assim como os vizinhos da América Latina, engatinham na questão.
“Competição e falta de regulação complica. Sem autorização de vídeo, não compensa o investimento. A aprovação do PL 116 pode alavancar o mercado”, aposta Nelson Saito, gerente do departamento técnico FTTx da Furukawa. Numa hipotética aprovação da lei no primeiro semestre de 2011, ele acredita que 2012 pode ser o ano da fibra no Brasil. Em coletiva de imprensa durante a Futurecom 2010, o executivo apresentou números invejáveis de países como Coreia do Sul e Japão. No mercado coreano, mais de 50% dos assinantes recebem banda larga por algum tipo de tecnologia de fibra. Já no Japão, 25% das casas estão conectadas por fibra, resultado do pioneirismo do país na adoção da tecnologia. “No Brasil ainda deve demorar muito. Exceto a Telefônica, nenhuma empresa investe para levar a fibra para a casa do cliente”, comenta.
De acordo com o executivo, a operadora de origem espanhola já investiu levou fibra para 400 mil residências em São Paulo, focando as cidades onde também oferece serviços da TVA. Saito afirma que a empresa conta hoje com mil clientes e tem meta de chegar a 10 mil até o final do ano. “Política governamental é essencial”, acredita. Outras operadoras que fazem alguma aposta são GVT, que oferece o serviço de fibra até a casa do cliente, mas é preciso encomendar, e a Oi, que iniciou testes em alguns bairros no Rio de Janeiro.
Além da questão regulação e de competição, Saito observa que, embora o investimento em fibra já seja factível atualmente, muitas empresas “preferem vender em cima do que existe, a falta de competitividade favorece o baixo investimento em fibra. Isso também é estratégia da empresa, não adianta colocar o tubo de 100 megabits só para conexão, tem que passar conteúdo.” Ele acredita ainda que, embora o País esteja na fase inicial de adoção, “pode viver um boom se a Oi adotar”.
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