Setenta por cento das crianças da aldeia indígena Caarapó, de etnia guarani, no Mato Grosso do Sul, eram reprovadas anualmente. Quando a secretaria de estado de educação se deu conta desse índice, procurou saber o motivo. Não foi difícil: as crianças falavam a língua materna, o guarani e os professores tentavam alfabetizá-las em português. Não podia dar certo.
Para solucionar o problema, o estado contou com a potência e a paixão de Anari Nantes, educadora e religiosa, de origem francesa, personagem de “Ponto de Cultura Teko Arandu”, um dos 32 programas que a TV Brasil começa a exibir neste sábado dentro da série “Sábados Azuis – Histórias de um Brasil que dá certo”.
Dvidida em oito temas, a série foi filmada pela produtora Caradecão Filmes e é dirigida por Bebeto Abrantes.
Para ele, o grande diferencial é o fato de os programas serem narrados sempre em primeira pessoa:
– Não conheço nenhum programa de grade que seja assim. Foi quase um ato de fé, eu apostei que cada pessoa poderia contar sua própria história, e deu muito certo. A quantidade de gente com clareza aguda de pensamento e de expressão que encontramos foi impressionante – disse ele.
A série é dividida em oito temas: Brasil Tecnológico, Brasil Sustentável, Brasil Artesanal, Brasil das Letras, Brasil Rural, Brasil dos Imigrantes, Brasil das Festas, Brasil Saudável. Para cada tema foram feitos 4 programas de 24 minutos, compondo uma ampla crônica audiovisual sobre a vida e a civilização brasileira no início do século XXI.
Bebeto venceu o pitching (espécie de licitação na área de televisão) da TV Brasil em janeiro de 2010 e organizou duas equipes de seis pessoas para botarem o pé na estrada. Foram feitas quatro viagens para o Norte/Nordeste e Sul/Sudeste. Os casos foram encontrados por outra equipe, de pesquisadores.
A ideia era encontrar pessoas com histórias parecidas com as que o jornalista Marcio Moreira Alves conta em seu livro “75 histórias de um Brasil que dá certo”. O jornalista é homenageado na série, onde são lidas várias de suas frases.
A tarefa foi cumprida à risca em quatro meses de gravação e o resultado é uma prova de que se o país tem políticos que ajudam a denegrir sua imagem, também tem pessoas com projetos que poderiam servir como fermento às políticas públicas.
Fonte: O Globo – Razão Social
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