Radiodifusores, engenheiros e profissionais do rádio e da televisão participaram, nos Estados Unidos, da versão novaiorquina da NABSHOW 2023, feira mundial de equipamentos e serviços para a radiodifusão, mídia e entretenimento.
A exposição no Javits Center reuniu 255 expositores de todo o mundo, com as novidades e tendências do setor. A programação contou ainda com 175 painéis e a participação de 214 palestrantes, que debateram os principais temas que impactam a radiodifusão mundial. Uma sessão especial foi dedicada ao cenário internacional do rádio.
O presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, e o diretor geral, Cristiano Lobato Flôres, acompanharam os painéis, que reuniram renomados especialistas de vários países.
Rádio deve se preparar para a era da Inteligência Artificial
O rádio usa a inteligência artificial (IA) há anos para ajudar a criar eficiência, mas existem oportunidades e desafios únicos a serem explorados. A conclusão é dos painelistas que analisaram a utilização da IA pelo rádio e os dados de aceitação pelo público, durante debate na NABSHOW de Nova York (EUA).
Para diretores da NAB (National Association of Broadcasters) e especialistas que participaram da sessão “Inteligência Artificial: público, implementação e política”, após as inúmeras transformações pelas quais o rádio passou ao longo dos últimos 100 anos, como, por exemplo, a migração do AM para o FM, automação, streaming e podcasting, agora, o meio deve se preparar para a nova era de mudança proporcionada pela inteligência artificial (IA), que será a maior de todas.
Pela projeção apresentada para o rádio em 2027, a expectativa é que a AI poderá colaborar de forma determinante em processos de produção de programação local, com conteúdo multiplataforma personalizado e dinâmico, além das ferramentas de audiência e de investimento publicitário.
Para os palestrantes, a preocupação é o avanço desregulado da AI, especialmente por causa da necessidade de proteção dos direitos autorais dos radiodifusores.
Cenário econômico do rádio é destaque de painel da NABSHOW de Nova York
Os principais fatores que afetam as receitas do rádio, desde o impacto dos cenários econômicos e políticos sobre os consumidores até as mudanças demográficas da audiência e a crescente presença de serviços digitais e de streaming foram tema do painel apresentado pelo analista da S&P Global Market Intelligence, Justin Nielsen, durante a NABSHOW em Nova York (EUA).
Os palestrantes foram unânimes em relação à importância do rádio em tempos de plataformas digitais e também de os radiodifusores manterem a sua relevância. Todos ressaltaram a força do localismo e a necessidade de serem incrementados investimentos em audiência, sobretudo em inteligência de dados.
“Novas tecnologias permitem novas oportunidades de negócios e publicidade. E isso deve ser um mantra para o setor’, afirma Nielsen.
Outro ponto destacado pelos participantes do painel “Cenário econômico do rádio: Identificando os próximos desafios e oportunidades” foi a importância de as gigantes de tecnologia realizarem investimentos nos meios de comunicação, especialmente o rádio, pela credibilidade que o meio oferece ao ouvinte.
De acordo com os painelistas, o ambiente digital continua se expandindo, mas as receitas prioritárias são oriundas ainda da transmissão tradicional. Segundo os dados apresentados, a produção de podcasts tem crescido de forma sustentada, mas ainda tem pouca representatividade no bolo digital, algo em torno de 15% a 20%.
NABSHOW debate tecnologia e serviços inovadores para aprimorar o rádio
Como o rádio pode aproveitar as tecnologias e serviços mais recentes para expandir seus negócios? No painel apresentado por Christopher Bell, o líder de Estratégias Globais da Amazon Web Services explorou as maneiras usadas nos serviços e tecnologias inovadores para tornar as emissoras de rádio mais eficientes e bem-sucedidas, além de criar novas oportunidades de negócios.
Para os painelistas, “inovação tem que ser uma perspectiva constante em qualquer atividade econômica, inclusive para o rádio”.
Segundo os especialistas, a inovação deve também ser orgânica e respeitar o processo de desenvolvimento e crescimento do veículo, sob pena de estes processos tecnológicos se tornarem extremamente custosos e inúteis.
“Por isso, os planos de negócios das emissoras devem contemplar processos de inovação tecnológica que sejam baseados em dados”, orienta Bell.
Para Joe D’Angelo, representante da XPERI, “a virtualização de estúdios, com possibilidades de acessos a novas vozes e expressões de ideias, conhecimentos e conteúdos é um exemplo de inovação que deve ser incentivada”.
fonte: ABERT