A realidade aumentada é a interface do futuro e vai mexer muito com a maneira como lidamos com a tecnologia, justamente por permitir a integração de elementos virtuais a imagens reais, por meio de um dispositivo (smartphone ou tablet) com câmera.
Quem garante é Daniel Gelder, vice-presidente de marketing e vendas da empresa alemã Metaio, especializada no tema. Gelder está no Rio para participar de mesa redonda sobre o tema hoje à noite no Oi Futuro, no Flamengo, e conversou com O GLOBO sobre o tema.
— As possibilidades da realidade aumentadas são muitas.
Do ponto de vista estacionário, há hoje lá fora uma “caixa digital” da Lego que, vista por meio de uma câmera, revela construções animadas com o brinquedo em 3D, nas mãos da pessoa — conta Gelder. — Só isso já ajuda o usuário a decidir melhor sobre uma compra. Um grande jornal alemão também usa a AR (sigla da tecnologia em inglês) para trazer à vida, em 2D ou 3D, imagens em sua revista semanal.
Browser móvel permite interagir com as redondezas
A própria Metaio criou um navegador de internet móvel, chamado Junaio, que se combina com o local onde o usuário está para lhe dar informações úteis, como proximidade de caixas eletrônicos.
— Ele pode passear pela rua e, através do browser, encontrar conteúdo de restaurantes, museus com aplicativos interativos e corretoras com visões de AR de seus imóveis — explica Gelder. — Com a AR, a informação digital ficará muito mais palatável e divertida.
A tendência tem tudo para progredir, em especial se combinada com os onipresentes tablets. Com processadores mais robustos que os de smartphones, duas câmeras, tela maior e plataformas de software sofisticadas, as tabuletas eletrônicas são o veículo perfeito para a AR, diz Gelder.
Não por acaso, o Junaio também é compatível com eles.
— Além disso, mídias tradicionais como a televisão podem ganhar interatividade real com a tecnologia — afirma. — Há um show de perguntas e respostas na Alemanha em que os telespectadores podem usar as câmeras dos celulares para acessar as quizzes e clicar nas respostas, usando botões virtuais que aparecem no telefone. As respostas são computadas e exibidas na hora durante o show.
Barateamento gradual dos smartphones ajudará a AR
De acordo com o especialista, os jornais, além de transformar imagens em animações, poderão passar a negociar anúncios em 3D vistos via smartphones ou tablets.
Segundo Gelder, o cinemão tradicional ainda não está apto para a realidade aumentada, porque na telona não se produzem pixels suficientes por quadro para o reconhecimento via AR. E, embora celulares mais simples não possam usar a tecnologia, que depende de boas câmeras, Gelder lembra que os smartphones vêm caindo no gosto dos consumidores e, aos poucos, ficam mais baratos (pelo menos lá fora), o que prenuncia um futuro digitalmente “aumentado”.
— Recentemente, vi um modelo Samsung com Android, compatível com o browser de AR, por apenas US$ 60.
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