De acordo com Sergio Lirio, redator-chefe da revista CartaCapital, que participou do “Painel Diálogos VIII – Jornalismo investigativo: ferramentas e conflitos éticos na apuração”, do seminário mídia.JOR, esse ramo da profissão viveu seu auge durante o processo que levou à queda do presidente Fernando Collor e depois disso só decaiu.
“Era um período pós-ditadura, quando era muito difícil noticiar os acontecimentos e os jornalistas sofriam riscos, inclusive de morte. Depois disso, coincidiu com a primeira eleição direta para um presidente e dois anos depois esse mesmo presidente se envolveu em corrupção”, explicou Lirio.
Após essa fase, o repórter afirma que o jornalismo investigativo decaiu, confundiu os métodos e passou a se valer de fontes criminosas. “Não dá para ficar nesse ‘denuncismo’ vazio, que virou o que chamam de jornalismo investigativo, que é um termo que, de certa forma, eu abomino. Acho que existe a reportagem boa e a ruim. Existe jornalismo e o não jornalismo”.
De acordo com ele, não basta receber o material de uma fonte e reproduzir. “É essencial que haja rigor, apuração, senso crítico e análise. O que a fonte passa é apenas o início de um trabalho mais complexo e chegar o mais perto possível da verdade”, completou. Segundo ele, existe uma queda de investimento nos meios impressos, redações mais enxutas, menos tempo em deixar o repórter em determinado assunto e todos esses fatores refletem nessa cobertura de má qualidade, acredita.
O mídia.JOR acontece nos dias 07, 08 e 09/10, no teatro da Aliança Francesa, em São Paulo (SP). O evento, realizado por IMPRENSA, é patrocinado pela Oi, com apoio da Aliança Francesa, Fenaj, Abert, Abradi, Aner e ANJ.
Fonte: Portal Imprensa -Últimas Notícias