Companhia de serviços satelitais está avaliando novos investimentos na América Latina, mas depende de definições de órgãos reguladores
A SES, uma das maiores empresas de satélite do mundo, registrou no primeiro semestre de 2013, um crescimento de apenas 2% em receita nas operações globais (910,5 milhões de euros) ante o ano anterior. Em mercados emergentes, no entanto, o crescimento da receita foi 9,3% no período, ante o ano anterior. Tal resultado, deve levar a operadora a direcionar 80% do Capex ainda em planejamento para essas regiões, com destaque para a América Latina, onde é esperada uma taxa de ocupação alta de satélite ao menos até 2019, conforme afirmou Jurandir Pitsch, vice-presidente de desenvolvimento de mercado da SES Latin America.
“Saímos de um período de alto investimento. A partir de agora, o Capex em dólares deve diminuir, mas 80% será para países emergentes”, destacou o executivo.
Corrobora para a expectativa positiva para o mercado latino-americano quanto ao direcionamento de recursos da companhia o fato da África já dar sinais de excesso de capacidade para 2014/2015. “Todo mundo investiu na África, um mercado atraente com preços bons e hoje há certa dificuldade lá, por isso é preciso ter cuidado ao planejar investimentos”, defende Pitsch. O executivo lembra que como o planejamento do setor é de longo prazo, é preciso cautela para não se deixar levar por um bom momento econômico. Os anúncios de nvoos aportes que contemplem a região dependem, porém, de autorizações e concessões junto àos órgão reguladores.
Para Pitsch, a área com maior potencial de receber investimentos da SES é o chamado setor corporativo, que compreende governos e empresas em geral. Os projetos de governo na região estão crescendo – a exemplo do Gsac – e à isso, soma-se também o invetimento dos bancos para elevar a velocidade de conexão e o mercado de mobilidade, como o náutico e aeronáutico.
“Isso ainda está em estágio muito inicial, mas em franco crescimento, apesar de ainda concentrada no Atlântico Norte. Deve demorar para se desenvolver em todos os mercados, mas temos que prever o investimento agora para estarmos prontos daqui três ou quatro anos”, explica o executivo.
Vídeo
No caso da América Latina, a SES tem conseguido alcançar sua meta de ampliar a porcentagem que os serviços de vídeo têm na receita total da região. O contrato com a Oi, para o SES-6, foi a maior responsável por esse avanço. A vertical que representava 30% da receita da região representará algo entre 40% e 45% no próximo ano, se aproximando da divisão de receita por segmentos na Europa. A tendência de fortalecimento desse segmento foi planejado pela SES, uma vez que os clientes de TV por satelite e cabo, em geral, são os mais estáveis em termos de compra de capacidade: “se a empresa tem 100 mil clientes ou 100 milhões, ela vai comprar a mesma capacidade. Nós buscamos esses contratos porque flutuam pouco”.
A participação de vídeo no negócio da SES na América Latina ainda deve crescer mais. Segundo Jurandir, são esperados novos e ampliação de contratos com empresas de cabo e mesmo de satélites, para dar conta do aumento no número de canais digitais no line up.