Os dispositivos móveis conectados estão avançando rapidamente como a principal fonte de consumo de áudio nos Estados Unidos e isso impacta diretamente na indústria de rádio. Segundo o relatório Share Of Ear da Edison Research, em 2022 há um “empate técnico” entre dispositivos móveis e receptores de rádio AM/FM no consumo de áudio. A maior variação entre os dois tipos de aparelhos foi vista entre 2019 e 2020, antes mesmo da pandemia da covid-19. Os smartphones também crescem no consumo de rádio no Brasil, conforme pesquisas recentes da Kantar IBOPE Media. Acompanhe:
Hoje, 33,3% do consumo de áudio ocorre em dispositivos móveis, enquanto 33,1% em receptores de rádio AM/FM, dados relacionados à 2022 do levantamento Share of Ear, mercado norte-americano. Para se ter uma ideia desse movimento, em 2014 (quando a Edison Research começou a monitorar esse quadro) o receptor de rádio era responsável por 49% do consumo de áudio, contra 18% dos dispositivos móveis.
Alguns detalhes foram destacados pela empresa em seu relatório: hoje está cada vez mais difícil encontrar um aparelho que tenha um receptor de rádio AM/FM nos Estados Unidos, o que faz com que a audiência de rádio migre para dispositivos conectados, como smartphones, smart speakers e smart-tvs. O receptor de rádio AM/FM por lá acaba mantendo uma parcela significativa de consumo por ser hegemônico em automóveis.
Na sequência, a Edison Research fez recortes por faixa etária para saber o tamanho da distribuição do consumo de áudio entre receptores de rádio AM/FM e dispositivos móveis. E alguns mitos foram quebrados: 19% é a participação do radinho tradicional no consumo de áudio para pessoas entre 13 e 34 anos, o que ainda se percebe uma adesão desse público a esse tipo de dispositivo, apesar da maior parcela preferir aparelhos como os smartphones (41% do total do consumo de áudio). “Isso pode ser surpreendente para aqueles que acreditam que 13-34s são dispositivos móveis o tempo todo – eles não são”, diz a Edison em seu relatório.
Já nas faixas etárias seguintes, há um empate técnico de 33% para receptores de rádio e 34% para dispositivos móveis entre os consumidores de áudio de 35 a 54 anos. E uma predominância maior para o radinho AM/FM para aqueles acima de 55 anos, onde o aparelho corresponde por 52% do total do consumo de áudio (contra 14% dos dispositivos móveis).
A Edison Research chama a atenção que o smartphone tem sido usado de forma ampla para o consumo de conteúdo de rádio, com destaque para os podcasts e streaming ao vivo das emissoras. Lá nos Estados Unidos, a penetração de receptores FMs em celulares é menor, dado o tamanho do aparelho Apple iPhone no mercado, que nunca contou com sinal de rádio liberado em seu sistema. Mesmo assim houve uma popularização das emissoras através de aplicativos conectados. Talvez isso explique a manutenção do consumo e alcance elevados do rádio norte-americano.
+ Grupos de rádios buscam envolver consumidores de áudio nas mais diversas plataformas
“Os dispositivos móveis são dispositivos multimídia, fornecendo conteúdo de várias fontes”, escreve a Edison Research em seu boletim informativo Weekly Insights. “Receptores de rádio com sua funcionalidade de uso único e quase impossível de encontrar fora dos carros, simplesmente não foram capazes de competir”, destaca a empresa sobre esse cenário nos EUA.
Já no Brasil, onde o smartphone costuma ter FM embutido e há todo um cenário pró-ativo para a ativação do chip que permite a recepção de rádio nesses dispositivos (tendo em vista também a maior penetração de aparelhos Android), o consumo de rádio em celulares também é crescente, registrando 26% do total (era 25% em 2021), segundo o Inside Radio 2022 da Kantar IBOPE Media. Já o receptor tradicional representa 80% do consumo de rádio por aqui.
fonte: TUDO RÁDIO