Foi realizada na tarde desta quarta-feira (11), no Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), a palestra Criando mais interação, fidelização e receita, com o diretor da HXD Interactive Television, Zalkind Lincoln, que falou sobre os rumos da televisão no mundo e as tendências para a potencialização da TV digital, apresentando especial enfoque às questões da interatividade e transmídia. O evento foi direcionado para os departamentos de marketing, comercial, engenharia e TI e veículos do SJCC.

Lincoln, que trabalha com tecnologia há mais de 20 anos, iniciou a palestra falando sobre as inovações do setor e das plataformas para veiculação de conteúdos. Com o foco no rumo da televisão depois da potencialização da internet, que acabou por tirar a audiência dos meios de comunicação tradicionais, ele comentou que uma pesquisa feita na Inglaterra e nos Estados Unidos apontou que aproximadamente 50% dos telespectadores assistem TV comentando no Twitter, Facebook e outras redes sociais. “Isso é interatividade! Isso é o telespectador querendo participar ativamente do que está vendo e mandando o recado para as emissoras, dizendo que eles estão ali de olho”, conta Lincoln.

Essa evolução na interatividade deve-se, claro, à internet, que também está impactando em outras indústrias, como a fonográfica e a de comunicação. “O que a indústria da música fez com a chegada da internet? Nada. Eles atribuíram a web como inimigo e fecharam os olhos. Quem lucra hoje com a música são as lojas virtuais. Já os jornais impressos não fecharam os olhos, migraram para a versão online e agregaram o modelo de negócio. As TVs também já disponibilizam conteúdo online”, explica.

Segundo Zalkind, a população brasileira é uma das que mais assiste televisão no mundo e a nossa realidade não está muito distante da realidade tecnológica do mundo. “A interatividade com a TV vai acontecer, queiramos nós ou não, e os veículos de comunicação devem estar preparados para isso, já que todas as mídias estarão integradas. É o que chamamos de transmídia”. O termo transmídia refere-se resumidamente à integração e continuidade de um produto da mídia em outros veículos. Ele mostrou ainda algumas tendências na evolução da televisão e na integração dos veículos. “O telespectador quer conectividade e identidade. Ele quer que a emissora saiba que ele está assistindo, porque a TV não é mais uma via de caminho único, tem que haver um feedback. Ele quer programação personalizada, assistir o que quer, na hora que quer, onde quiser, seja em casa, na rua, no carro; é o que chamamos de mobilidade, a TV fora do aparelho. E, principalmente, ele quer web dentro da TV e a TV dentro da web”, aponta Lincoln.

A evolução dos tradicionais aparelhos eletrônicos também foi abordada na palestra. Nos próximos meses, os telespectadores vão conhecer o conceito de SmartTV, onde as pessoas poderão fazer downloads de conteúdos para dentro da televisão e interagir com a programação, bastando o aparelho estar conectado com a internet. “Na velocidade em que as coisas estão acontecendo, o conceito de TV digital interativa vai crescer de uma forma exponencial. As emissoras vão encontrar formas de tornar isso rentável também. Os rumos da televisão não são concretos e estão em constantes mudanças, assim como o ser humano, que também se tornou multimídia”, finaliza.