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Três potenciais riscos na transição de TV aberta para OTT

Segundo a Informa, estima-se que as receitas de serviços de OTT puro cresçam para US$ 37 bilhões até 2017. Porém, apesar da curva acentuada de crescimento, as receitas de OTT puro deverão representar apenas 10% das receitas de TV por assinatura até o fim desta década. Embora a entrada de novos players em OTT de fato acelere a demanda dos consumidores, esta nova demanda por multitelas representa também uma excelente oportunidade para os players existentes aumentarem sua competitividade e suas receitas. Além disso, as operadoras existentes possuem vantagens em relação aos novos participantes, incluindo um conhecimento aprofundado de seus mercados e uma base de clientes.


Muitas TVs abertas e operadoras tradicionais lançaram serviços OTT com sucesso, mas, a despeito da clara oportunidade que existe nesse setor, a transição nem sempre é fácil. Os players tradicionais que querem fazer a transição de TV aberta para OTT devem reconhecer e superar três potenciais riscos:


Risco 1 – Montar uma infraestrutura própria para OTT


TVs abertas e operadoras que fazem a transição para OTT podem considerar a necessidade da instalação de uma infraestrutura própria para o serviço. Contudo, o investimento em um ecossistema distinto é elevado e também envolveria a duplicação de esforços (ingestão de conteúdo, gestão de metadados) e aumento na demanda de recursos (pessoal, conhecimento, tempo). Além disso, os dados dos assinantes não seriam sincronizados entre os serviços de TV aberta e OTT – os sistemas de gestão de assinantes (SMS, na sigla em inglês) e a gestão de direitos nunca devem ser duplicados.


Em vez disso, faz muito mais sentido integrar as infraestruturas de TV aberta e OTT, pois, em primeiro lugar, isso asseguraria a sincronização de dados de assinantes e dos direitos de ambos os serviços – para evitar o custo operacional e reduzir a margem de erro, um conjunto de APIs de integração alimenta os dados para ambas as operações de OTT e TV aberta.


A integração da infraestrutura também ajudaria a reduzir custos administrativos além de permitir a utilização de direitos de conteúdo em ambas as plataformas, pois muitas das atuais licenças de conteúdo já incluem a extensão para dispositivos não gerenciados (pelo menos na residência do assinante). A vantagem final é a possibilidade de integração total da operação dos dois sistemas por meio de um conjunto de IUs operacionais unificadas que simplificam os fluxos de trabalho do dia a dia e gerenciam aparelhos e assinaturas com transparência em ambos os canais.


Risco 2 – Ignorar a expansão para vídeo móvel de serviços já existentes.


Com a evolução dos hábitos de acesso a vídeo móvel dos consumidores, há algumas opções de “ganhos rápidos” com os assinantes existentes, que as operadoras não devem ignorar antes de tentar oferecer serviços completos de OTT. As pesquisas mostram que o serviço de streaming para dispositivos móveis (assim como para STBs) é uma das formas mais eficazes de melhorar a satisfação dos assinantes, e muitas operadoras podem facilmente ampliar seus atuais serviços de TV para incluir streaming de conteúdo para aparelhos móveis dentro da residência – e até mesmo para download para assistir em outros locais.


As operadoras devem experimentar diferentes pacotes de conteúdo e modelos de precificação antes de investir em um serviço completo de OTT. Isto não seria complicado, uma vez que muitas das atuais licenças de conteúdo já incluem a extensão para aparelhos não gerenciados, como tablets e smartphones, pelo menos dentro da residência do assinante.


O mercado e as demandas dos consumidores mudam rapidamente e, por isso, até mesmo provedores de OTT estabelecidos, como a Netflix, estão constantemente adaptando suas ofertas. Portanto, para as operadoras, é crítico poder lançar serviços com rapidez e ter a flexibilidade de experimentar e mudar ofertas.


Risco 3 – Errar o “timing”


O timing é crítico na transição de TV aberta para OTT, pois o excesso de rapidez ou a lentidão podem resultar em fracasso. Por um lado, aguardar até que todas as opções estejam resolvidas pode levá-lo a perder o barco da OTT. Por outro lado, é importante não subestimar a complexidade e não sucumbir à tentação de adotar soluções exclusivas sem a devida consideração, para não se vincular a uma tecnologia que venha a dificultar o crescimento no futuro.


Portanto, a pergunta que muitas operadoras farão a si mesmas é: como aproveitar as oportunidades do mercado apesar da complexidade do ecossistema? Bem, para lidar com a complexidade, a pré-integração com vários parceiros líderes do setor pode abreviar a fase prolongada de integração e, ainda assim, preservar um leque completo de opções.


Além disso, para maximizar a variedade de aparelhos, é importante ser compatível com múltiplas tecnologias DRM e ter a capacidade de administrar com simplicidade as políticas comerciais entre elas. Porém, tudo isso ainda não será suficiente sem uma solução flexível e atualizável, que cresça com seu negócio – no mundo da Internet, muitas normas ainda não estão amadurecidas e há uma abundância de tecnologias diferentes, portanto, qualquer solução OTT tem de ser flexível.


A conclusão é que identificar a forma certa de entrar na OTT e alavancar essa plataforma de transmissão gerarão uma vantagem única e diferenciada para os provedores de serviços. A competição pelo tempo e dinheiro dos consumidores não diminuirá, e as operadoras com ofertas que evoluam juntamente com novos métodos de consumo podem criar serviços personalizados de TV que os elevem a posições excepcionais de liderança.


Fonte: Aesp


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