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Usuários reclamam de catálogo fraco


Para especialistas, banda larga pífia vai prejudicar serviço. Versão para iPad, só em novembro.

O Netflix brasileiro ainda está a léguas de distância da qualidade do internacional, segundo seus usuários. O principal problema, mencionado na página do serviço no Facebook, é o catálogo limitado de filmes, que não enche os olhos.

— Faltam títulos mais recentes. E alguns filmes em HD não têm muito por que ser em alta definição, como “… E o vento levou” — diz Adriano Rayol, sócio-diretor da desenvolvedora Uplay Mobile.

Outra reclamação é que o serviço não chegou para iOS, o sistema de iPad, iPhone e iPod. No Facebook, a Netflix anunciou que eles chegam em novembro por aqui. E também falta o do Xbox, que chega em breve. Já na plataforma Sony, o Netflix tem funcionado corretamente.

O desenvolvedor Daniel Marques fez uma assinatura para seus pais, que estão na casa dos 50 anos, e conta que eles gostaram do que viram: — Meu pai me ligou animado, dizendo que tinha começado a ver um filme na noite anterior. E depois terminou tranquilamente no dia seguinte.

Mas o serviço tem outros desafios. Como o da má qualidade da banda larga brasileira. Mesmo levando em conta que a velocidade mínima recomendada pelo Netflix é de 500 Kbps, não muito alta em termos de banda larga, apenas 15,8 milhões de internautas brasileiros (de um total de 81,3 milhões) têm banda larga fixa.

— Este é o nosso maior gargalo no Brasil. O preço da banda larga aqui é altíssimo — afirma Karin Breitman, professora do Departamento de Informática da PUC-Rio.

Não por acaso, Karin e seus amigos preferem pagar um provedor internacional — no caso, o StrongVPN — para, através de uma rede virtual privada (VPN, na sigla em inglês), acessar um endereço de internet (IP) nos EUA e usar o Netflix original, que traz mais de 1 bilhão de títulos.

Para Carlos Affonso, vice-coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas (FGV), embora seja claro que, com a chegada dos serviços virtuais as locadoras físicas venham diminuindo, elas ainda têm o seu papel.

— Se o acervo da locadora for maior e mais atual do que o do Netflix, vai ser mais confortável pegar um filme novo lá do que esperar pelo site — diz. — Isso sem falar dos problemas da banda, já que as operadoras são obrigadas a entregar apenas 10% da velocidade contratada.

Segundo Affonso, os estúdios relutam em liberar filmes para o mercado latino-americano devido à alta incidência de pirataria e downloads ilegais, daí o acervo insatisfatório. Mas o Netflix pode ser justamente a solução para esse dilema.

— E é importante lembrar que sua distribuição passa por outras plataformas que não a web, como os consoles de games. Ainda falta o iOS.

Mas essa convergência de mídias deve ser aproveitada. Imagino no futuro promoções de filmes especiais para quem acessar o serviço via, digamos, PlayStation 2 ou 3 — pondera.

Para o empresário e especialista em gerenciamento do conhecimento Antonio Kleber de Araújo, o serviço corre risco de dar com os burros n’água na Terra Brasilis.

— Ainda temos sérios problemas de infraestrutura. A banda larga aqui é uma brincadeira, cara e lenta — afirma. — Quando todos estiverem vendo filmes on-line, aí mesmo que vai ficar uma tartaruga… Principalmente quando oferecem HD quando a infra não suporta nem DVD.





Fonte:O Globo – Digital & Mídia

DESTAQUE SERTESP - 23/05/2024

COMUNICADO A TODAS AS EMISSORAS DE RÁDIO, TELEVISÃO E PRODUTORAS

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