Cibelle Bouças, de São Paulo
22/01/2010
O mercado de tecnologia da informação (TI) e telecomunicações deixa para trás os efeitos da crise financeira que afetou o desempenho da economia global em 2008 e 2009. A consultoria IDC estima que neste ano as empresas dessas áreas investirão US$ 1,5 trilhão no mundo, o que representará uma expansão de 3,2% sobre 2009. De acordo com o vice-presidente de pesquisa e consultoria para o IDC América Latina, Ricardo Villate, os países emergentes impulsionarão esse desempenho. Na América Latina, a taxa de crescimento será de 6,3%, com aporte de US$ 66 bilhões, ante US$ 62,4 bilhões em 2009. O Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) também terá desempenho acima da média, com taxas entre 8% e 13%.
“Os investimentos serão maiores na América Latina. Porém, os consumidores vão exigir mais qualidade nos serviços e preços mais baixos”, observou Villate. A preocupação com a mobilidade ditará o rumo desses setores, acrescentou. Os consumidores deverão acessar mais a internet e ver mais TV no carro, nos celulares e em outros dispositivos móveis.
No setor de TI, parte significativa dos investimentos latino-americanos serão destinados para a área de equipamentos, que neste ano deve movimentar US$ 20 bilhões, com expansão de 6,4%. Segundo Villate, o incremento é resultado de uma demanda que ficou reprimida no ano passado e do interesse pela substituição dos computadores de mesa (desktops) por portáteis (notebooks e netbooks). A participação dos equipamentos portáteis deve passar de cerca de 40% do mercado em 2009 para 50% neste ano.
O setor de software crescerá 3,7% neste ano, estimulado sobretudo pela demanda mais aquecida nas empresas. O segmento de software de gestão crescerá 12% e o de software de análise, 8%. A chamada computação em nuvem (modelo em que os dados trafegam na rede, em vez de ficar no computador do usuário) também ganhará importância, com crescimento de 45% no mercado. “A computação em nuvem representou menos de 1% dos gastos em TI na América Latina em 2009, mas ela mais que triplicará nos próximos cinco anos”, prevê Villate.
A IDC também prevê aumento de 18% no número de usuários de banda larga na região neste ano. Em 2009, a banda larga respondeu por 35,5% dos acessos à internet e, neste ano, deve representar 41,9%.
Para o setor de telecomunicações, Villate prevê aumento da oferta de serviços via celular, como TV digital, rádio e banda larga móvel. Ele estima que a oferta de banda larga fixa chegará ao seu limite, enquanto a demanda por banda larga móvel crescerá 49% no ano, alcançando 11,2 milhões de usuários. A adoção de telefones inteligentes deve superar a marca recorde de 11 milhões de unidades, contra 7 milhões do ano passado.
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