Criar um arquivo feito no editor de texto para a internet, editá-lo em conjunto com outras pessoas e depois salvá-lo on-line. É uma prática comum hoje em dia e apenas uma das facilidades promovidas pela computação em nuvem, tema principal da 26ª edição da Feira Internacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (CeBIT). Sediada em Hannover, na Alemanha, a feira é uma das mais importantes dentro do circuito de exposições do setor de tecnologia.

Após ter dedicado o evento de 2010 ao 3D — assunto da moda na indústria de tecnologia na época —, a CeBIT decidiu trazer à tona um tema que, em meio à febre dos tablets, não é o mais popular do setor atualmente, mas ainda assim é de vital importância, a ponto de ser a palavra-chave da conferência da Microsoft, uma das mais aguardadas do evento. “A (computação em) nuvem é o maior fenômeno da indústria de TI desde que a internet se popularizou. Hoje, as pessoas estão redefinindo como os computadores trabalham com telefones, televisões e todos os tipos de dispositivos, conectando todos pela nuvem”, apontou Jean Philippe Courtois, presidente da Microsoft International, durante a palestra.

O tema também está ligado ao fato de que a vida profissional e pessoal dos indivíduos está cada vez mais interligada por aparelhos portáteis, que podem acessar os arquivos guardados na nuvem. “Na mesma hora em que o profissional está na feira buscando soluções para sua empresa, ele também pensa em como melhorar a própria vida”, ressalta a diretora da Hannover Fairs do Brasil, Brena Baümle.

Assim como no ano passado, o evento contou com o discurso da chanceler alemã Angela Merkel, que dividiu a abertura com Tayyio Erdogan, primeiro-ministro da Turquia, o país convidado este ano.

Passando por um momento de recuperação após a recessão econômica global que abalou fortemente o mercado europeu, o evento se diversificou para atender e enfrentar a pesada concorrência dos eventos do setor. Só este ano, já foram realizadas a Consumer Electronic Show (CES), em janeiro, na cidade de Las Vegas; e a Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, no mês passado.

Novidades

Este ano, a feira contou com a participação de 4,2 mil expositores — 50 a mais em relação a 2010. São empresas do calibre de Microsoft e Asus. Os expositores ficaram divididos em quatro grandes plataformas: Pro, voltada a empresas; Lab, em que são mostradas invenções em busca de financiamento; Gov, sobre sistemas governamentais; e Life, em que foram apresentados produtos e serviços para o consumidor final. O Brasil também teve grande participação, levando 45 expositores, 20 a mais do que em 2010.

Dos produtos apresentados, a empresa sueca Tobii Technology roubou a cena com um protótipo de notebook controlado com os olhos. O usuário pode organizar aplicativos e utilizar recursos como zoom apenas com o movimento do globo ocular. De acordo com a fabricante, que produziu apenas 20 unidades do protótipo em parceria com a Lenovo, a tecnologia é um complemento ao tradicional esquema de mouse e teclado.

A CeBIT também trouxe diversas novidades de notebooks, dispositivos 3D, os portáteis Xperia Play e Nintendo 3DS claro, tablets, seguindo a onda do iPad 2, anunciado semana passada. Confira os principais produtos da feira e quais são as ideias que se transformarão nos gadgets do futuro.

Versão brasileira

» O Brasil sediará um evento da CeBIT para o mercado da América Latina: o Business IT South America (BITS), de 10 a 12 de maio, em Porto Alegre. O evento terá menos expositores e setorização, mas abordará os mesmos temas que sua versão alemã, de acordo com a diretora da Hannover Fairs do Brasil, Brena Baümle.