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Privacidade e os limites éticos do uso de dados do consumidor ainda não têm regras

Publicidade muito intrusiva pode fazer consumidor se sentir invadido
Rennan Setti

RIO — Como tudo o que tange Big Data, a privacidade dos consumidores é questão sensível. Rodrigo Arrigoni, da R18, explica que sua empresa lida apenas com dados públicos e jamais identifica internautas individuais nas análises, apenas grupos. Apesar dessas práticas, não deixa de ser desconfortável para internautas ver anúncios que parecem saber demais sobre seus interesses.

Ainda falta padronização sobre os limites éticos do uso dos dados, argumenta Lica Bueno, diretora de mídia da F/Nazca S&S. Segundo ela, as empresas de internet não devem ser livres para estabelecer seus próprios padrões de privacidade.

— Não dá para haver um conceito de privacidade do Facebook, outro da Google e outro do Twitter — afirma. — Mas a reação do usuário será importante nesse processo. Se a publicidade for muito intrusiva, sua eficiência cairá, pois seres humanos não são máquinas, sentem-se invadidos.

Mas o cruzamento de dados feito por agências no Brasil ainda é tímido, diz o vice-presidente executivo da IAB Brasil, Marcelo Lobianco. Segundo ele, nos EUA, até dados “offline”, como históricos de cartão de crédito e registros telefônicos, são explorados.

— A publicidade brasileira ainda é muito centrada na TV, meio do qual é difícil extrair dados para cruzá-los com o negócio real. Nos EUA, onde há uma cultura de marketing direto e venda de produtos por catálogo e por telefone, o cruzamento é uma realidade madura.

Fonte:O Globo -Digital & Mídia

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