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Internet móvel pressiona fabricantes

Fabricantes de telefones celulares e equipamentos para redes de telecomunicações travam uma corrida de gato e rato para acompanhar a demanda dos consumidores por serviços de internet móvel cada vez mais sofisticados.

Quanto mais potentes ficam os aparelhos, maior é o desafio dos fornecedores de infraestrutura e das operadoras para evitar o colapso das redes. A disputa ficou patente ontem, quando algumas empresas fizeram os primeiros anúncios das tecnologias que vão apresentar neste ano no Mobile World Congress – principal evento do setor, que começa oficialmente hoje em Barcelona.

A Huawei, maior empresa de telecomunicações da China, apresentou um celular que promete ser “o mais rápido do mundo”. O Ascend D tem processador quad-core, o que lhe dá grande capacidade para trafegar vídeos em alta definição com rapidez. Com esse modelo, que usa o sistema operacional Android, do Google, e chips da própria Huawei, a companhia pretende ganhar espaço no segmento de smartphones de alto padrão, hoje liderado pela Apple.

A Sony revelou sua estratégia para o mercado de celulares, dez dias depois de formalizar o fim da parceria com a Ericsson na produção de telefones móveis. Os novos modelos da linha Xperia têm processador dual-core e se apóiam em recursos que são a fortaleza do grupo japonês: imagens de alta definição e conteúdos de entretenimento.

O executivo-chefe da divisão Sony Mobile Communications, Bert Nordberg, afirmou que os dispositivos poderão acessar, com apenas um clique, jogos, filmes e músicas distribuídos pelo braço multimídia da companhia. “Estamos abrindo um caminho novo excitante para a empresa”, afirmou Nordberg. “Queremos usar nossas 21 indicações ao Oscar para fazer um casamento entre aparelhos e entretenimento.”

Vários dos modelos lançados pelas empresas já são compatíveis com o LTE, padrão tecnológico das redes de quarta geração (4G), que pouco a pouco começam a ser implantadas pelas teles. É o caso do GalaxyTab 8.9, tablet da Samsung que chegou ao mercado no fim do ano passado e está sendo usado pela Telefónica em um teste dos serviços 4G.

“O mundo dos dispositivos adquiriu um caráter muito agressivo”, afirmou o principal executivo da área de tecnologia do grupo Telefónica, Enrique Blanco. Somente na operadora espanhola, a previsão é de que o tráfego nas redes de telefonia móvel aumente mais de 30 vezes nos próximos cinco anos.

Para contornar o problema, a operadora aposta em três caminhos. Um deles é a compra de novas frequências nos países onde atua, como o Brasil. Outro é o lançamento do LTE, mais eficiente no uso dessas frequências. O terceiro pilar é uma mudança no desenho de sua infraestrutura.

O teste da Telefónica em Barcelona usa uma arquitetura de rede da Alcatel-Lucent que combina antenas de telefonia móvel de grande alcance e pequenas células que melhoram o sinal em ambientes fechados e em regiões com maior densidade urbana. “A rede móvel do futuro deve ser mais leve, mais sustentável e se aproximar mais dos clientes”, afirmou o presidente da divisão de comunicações móveis da Alcatel-Lucent, Win Sweldens.

A expectativa é que o Mobile World Congress receba 65 mil visitantes até seu encerramento, na quinta-feira, superando as edições anteriores.

Fonte:Valor Econômico – Empresas

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