Cibelle Bouças, de São Paulo
19/08/2010
A fabricante de equipamentos de rede Cisco Systems, que recentemente reviu suas previsões de receita global por conta do cenário econômico ‘incerto’ nos mercados americano e europeu, decidiu reforçar sua atuação nos países emergentes. Após divulgar um investimento de US$ 1 bilhão na Rússia para os próximos anos, a companhia anuncia a fabricação de equipamentos no Brasil.
A Cisco acaba de fechar uma parceria com a Net para ofertar conversores de sinal digital em alta definição, com capacidade de gravação de vídeo, transmissão em 3D, conexão que permite a realização de videoconferência, entre outras características. “O Brasil é o maior negócio da Cisco entre os países emergentes e também o que mais cresce. Além disso, o país apresenta um cenário de crescimento vigoroso nos próximos anos, com o advento da Copa de 2014 e da Olimpíada”, afirma o presidente para mercados emergentes da Cisco, Paul Mountford.
Mountford aposta em uma expansão significativa da demanda por conversores de alta definição no país, com a ascensão de pelo menos 30 milhões de pessoas à classe média nos próximos anos – nos últimos cinco anos, o aumento foi de 40 milhões. O mercado brasileiro, diz, tornou-se relevante a ponto de a empresa apostar na produção local. Os equipamentos serão montados em Manaus pela americana Jabil – empresa de produção sob encomenda da qual a Cisco já é parceria em outros países para a fabricação de equipamentos. Os componentes, no entanto, serão importados, observa o vice-presidente de gestão da cadeia de valor do cliente, Angel Mendez.
“No futuro, poderemos ter outros fornecedores no país”, afirma Mendez. Ele cita Foxconn e Flextronics como parceiras que a Cisco possui no exterior e que têm operação no Brasil. Procurada, a Jabil afirmou não ter executivo disponível para falar sobre a operação. As empresas não informam qual será o volume de produção no Brasil. Segundo Mendez, o mercado potencial é de 11 milhões de lares.
A Net já usava conversores da Cisco e de outras fornecedoras (Pace, Motorola e Technicolor), fabricados em outros países. Apenas recentemente as empresas começaram a fabricar itens no Brasil, diz o diretor de produtos e serviços da Net, Márcio Carvalho. Segundo ele, a demanda por conexões de alta definição no Brasil cresceu 800% nos últimos 12 meses. A empresa não informa quantos assinantes, entre os 4 milhões de clientes, já adotaram o serviço de alta definição.
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